Gazeta do Povo – Caderno G
- quinta-feira 22/01/2004
"22a OMC – Quarteto de professores faz apresentação no Teatro da Reitoria - Noite de "quebradeira"
Concerto reúne expoentes da MPB instrumental
por Rodrigo Browne

A CADA EDIÇÃO QUE PASSA, A OFICINA de MPB coleciona boas histórias entre as aulas e apresentações dos músicos/professores. A mais recente é a do show que acontece hoje à noite, no Teatro da Reitoria, com o multiinstrumentista Arismar do Espírito Santo (apesar de ser mais conhecido como baixista, ele também toca violão, guitarra, bateria e cavaquinho) e da ótima flautista Léa Freire.
Pois bem, o que inicialmente tinha sido agendado como um show para dois músicos, acabou virando a apresentação de um quarteto musical excepcional, com a entrada do violonista Paulo Bellinati e do pianista Laércio de Freitas. A noite – utilizanto uma expressão muito comum no meio instrumental – é de "quebradeira" total.
Sobre a inesperada entrada dos dois músicos no espetáculo de hoje, a justificativa é tão simples que tem tudo para dar certo. "A gente encontrou o Bellina e o Laércio no hotel, e eles disseram que estavam dispostos a tocar. Nós os convidamos para o nosso show e eles toparam", resume Arismar que, entre risadas, garante que, na hora da apresentação, vai ficar sentado, quietinho, curtindo a turma no palco. Brincadeiras à parte, o quarteto é formado por alguns dos principais expoentes da música brasileira da atualidade, que desenvolvem um trabalho seríssimo a favor da cultura nacional. "Nosso universo musical trabalha com ritmos brasileiros. Maracatu, samba, choro. É bem variado, mas tudo brasileiro. O vírus da nossa música é cada vez mais forte nas composições", garante a flautista Léa Freire.
No roteiro musical do espetáculo, serão mantidos alguns temas inicialmente previstos dos discos Estação Brasil ("Turma Toda", "Vila Belmiro" e "Messejana"), de Arismar do Espírito Santo; e Ninhal ("Vatapá" e "Samba de Mulher"), de Léa Freire. Também integram o repertório algumas composições dos músicos Paulo Bellinati ("Samba em Três") e Laércio de Freitas ("Bosque dos Jequitibás").
Arismar adianta que será apresentada, ainda, uma composição feita, recentemente, com os alunos da Oficina de Música de Curitiba (OMC), batizada de "T2". Ele explica que o título da música é a abreviação do segundo horário das aulas da tarde, que acontece entre 16h30 e 18h30, quando os alunos compõem alguns temas ao lado do professor.
Entusiasmada com a 22a edição da OMC, Léa Freire está a frente de duas turmas. A primeira, de Improvisação através da Percepção, que possui 45 alunos e, segundo a professora, "é uma farra dos instrumentistas, cantores e educadores de música". A outra, a turma de flauta, é considerada o harém da oficina, com 19 meninas e apenas um rapaz. "Elas são as flores da oficina. São todas lindas", elogia a professora. Mas essa é outra história.
Rodrigo Browne

- Serviço: Apresentacão do quarteto formado por Arismar do Espírito Santo (baixo, violão de sete cordas e guitarra), Léa Freire (flautas), Laércio de Freitas (piano) e Paulo Bellinati (violão). Hoje às 21 horas, no Teatro da Reitoria (R.XV de Novembro, 1.299). Ingressos a R$5. Alunos da 22a OMC não pagam ingresso, mediante apresentação do crachá de participante.

Legenda da foto: O multiinstumentista Arismar do Espírito Santo e a flautista Léa Freire.

"Nosso universo musical trabalha com ritmos brasileiros. Maracatu, samba, choro. É bem variado, mas tudo brasileiro. O vírus da nossa música é cada vez mais forte nas composições." – Léa Freire, flautista

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