Em seu novo CD, Zeli traz uma mostra do que há de mais fino quando se fala
de música brasileira contemporânea, instrumental ou não.

Em seu novo CD, Zeli traz uma mostra do que há de mais fino quando se fala de música brasileira contemporânea, instrumental ou não. O disco é uma saborosa reunião de temas instrumentais (“Alegria de Mato”, “Varanda”, “Valsa dos Anjos”) e belas canções (“Nino, Alphaville e Beslan”, em parceria com a cantora Simone Guimarães, e “Delírio Tropical”, feita com Taciana Barros). Há também tributos a alguns grandes compositores, como Jacob do Bandolim (“Doce de Coco”), o grande violonista Garoto (“Desvairada”) e Flávio Venturini (a célebre “Nascente”, escrita com Murilo Antunes, que aparece com um arranjo intimista). Falecido no ano passado, o maestro Moacir Santos é homenageado com uma releitura para o tema “Amphibious”, de sua autoria.
Deve-se lembrar que, neste trabalho, Zeli mostra ser não apenas um excelente instrumentista, já bastante conhecido no mercado nacional, mas também um produtor de mão cheia, assumindo esta função em todas as faixas do álbum.

Por conta de sua abrangente e madura concepção musical, o baixista criou todos os arranjos de maneira muito bem equilibrada, proporcionando grandes participações nos improvisos feitos por músicos como o saxofonista Vitor Alcântara e o violonista/guitarrista Pedro Simão, e nas contribuições para os arranjos do clarinetista Gil Reyes.
Falando, aliás, a respeito de participações, além dos músicos já citados, o disco inclui as presenças de Edu Ribeiro, Antônio Barker, Tatiana Parra, Renato Consorte e Daniel Alcântara, dentre grandes nomes. Outras figuras de peso que participam do CD são Badi Assad, Léa Freire e o bandolinista Renato Anesi, que faz ótimas intervenções em “Desvairada” e “Pela Estrada Afora” - esta, de autoria do próprio Zeli.

Um ponto que deve ser considerado bastante positivo é a produção gráfica, de alto nível, de Em Movimento. Sem sombra de dúvida, este é um excelente disco de MPB, que vai agradar em cheio não só os aficionados por temas instrumentais, mas também quem aprecia, como cita Sizão Machado na contracapa do CD, “canções concebidas dentro do mais clássico espírito da boa música brasileira.

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