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"Nenê"
por Sérgio Nigro

Natural de Porto Alegre, Nenê começou aos 12 anos a tocar acordeon, seu primeiro instrumento. Autodidata, com 14 anos já tocava bateria profissionalmente.

Morou doze anos na Europa, onde firmou internacionalmente seu nome, já consagrado aqui tocando com o "Quarteto Novo", primeiro grupo de Hermeto Paschoal, no disco "Música Livre", de 1972; Elis Regina, em "Falso Brilhante", de 1976; César Camargo Mariano; Edu Lobo; Milton Nascimento, em "Clube da Esquina n. 2", de 1978; novamente, com Hermeto Paschoal, em "Zabum-be-bum-îe" e "Live in Montreux", ambos de 1979; Egberto Gismonti, no disco "Em Fam’lia", de 1980, "Sanfona" e "Antologia Poética de Jorge Amado", ambos de 1981; Grupo Pau-Brasil, em "Cenas Brasileiras", de 1987, "Lá Vem a Tribo", de 1989 e "Metrópolis Tropical", de 1992. Lançou, na Europa, os discos "Bugre"(1983), "Ponto dos Músicos"(1984) e "Minuano"(1987).

De volta ao Brasil em 1994, Nenê formou o grupo "Nenê & Quatro de Ases", com o qual tem feito shows pelo país. Em Belo Horizonte, formou também o seu trio com dois jovens talentos mineiros, o guitarrista Magno Alexandre e o baixista Enéias Xavier. Seu último CD, "Porto dos Casais", foi lançado em 1998 pelo Núcleo Contemporâneo e relançado em 2004 pela Maritaca
.

Nenê é um dos definidores de uma linguagem musical moderna dentro do recente panorama brasileiro. Tem gerado nas diversas áreas de sua atividade, quer como compositor, arranjador e também como instrumentista, uma produção extensa.

Seus 12 anos passados na Europa (1982 a 1994) parecem ter apenas reforçado uma maior aproximação com nossa música. É um dos raros instrumentistas que escrevem e executam com constância maracatus, frevos, calangos, maxixes e xotes junto às formações já quase tradicionais: quartetos e quintetos nos quais são utilizados piano, baixo, bateria, guitarra e sopros. E o que se revela é uma obra rica, moderna, repleta de paisagens brasileiras.

Este CD pode ser considerado como um tratado brasileiro de bateria. A execução de Nenê nos diversos ritmos aqui apresentados servirá, sem dúvida, como referência para toda uma geração de bateristas, tanto no aspecto técnico como em relação à sua visão rítmica, extremamente original. Ao convidar jovens músicos como Enéias Xavier (baixo) e Alexandre Magno (guitarra), da nova safra mineira, além do extraordinário Vinicius Dorin (sax e flautas), atual integrante do grupo de Hermeto, revela Nenê a sua preocupação com a continuidade e, complementarmente, com a renovação da música em nosso país.

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