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Brasil e Dinamarca, um Clássico da Música
por:
Zema Ribeiro
Tribuna do Nordeste
18.01.2008

Formado por um dinamarquês e quatro brasileiros, o Maritaca Quintet lança Waterbikes, inspirado disco instrumental.

O pianista dinamarquês Thomas Clausen é sinônimo de jazz (e) de qualidade. Mas sua paixão pela música brasileira o levou a formar, em 1997, o Thomas Clausen Brazilian Trio, com o baterista Afonso Corrêa e o contrabaixista Fernando de Marco, ambos radicados na Europa. A eles, em 2006, juntaram-se o flautista e saxofonista Teco Cardoso e a flautista Léa Freire, o que deu no Mary Tak Quintet.

Para o mercado brasileiro, em vez de se traduzir por Quinteto Maria Agradecida, o grupo chegou como Maritaca Quintet, quiçá por Maritaca – um outro nome para jandaia, uma ave brasileira – ser o selo por onde nos chega Waterbikes (2008), gravado em Copenhague, Dinamarca, disco que mescla o jazz ao choro, samba e maracatu, aliando aí três visões de Brasil (não apenas os estilos citados): a do estrangeiro Clausen, a dos brasileiros longe de casa, Afonso e Fernando, e a dos brasileiros que continuam residindo aqui, Teco e Léa. Sofisticação e simplicidade caminham lado a lado.

Ela e Clausen, a propósito, assinam a grande maioria do repertório de Waterbikes – oito temas com títulos como Choro, Samba do Gui Gui, Cultura e Alegria, entre outros. As exceções são os clássicos Chega de saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e Retrato em branco e preto (Tom Jobim e Chico Buarque), cujas novas roupagens fogem do óbvio: vale lembrar que ano passado a velha bossa nova comemorou 50 anos.

[Tribuna do Nordeste, 18 de janeiro de 2009]
Postado por Zema Ribeiro - 20.01.09 às 10:40


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